Amanhã elegemos 308 presidentes de câmara, 3091 presidentes de junta e milhares de deputados para as assembleias municipais e de freguesia.
Vários amigos concorrem pela primeira vez nestas eleições e, nos últimos tempos, muitas conversas tive sobre o assunto com alguns deles.
Alguns registos descontextualizados:
- “Essa coisa da Junta não dá muito trabalho pois não?”
- “Disseram-me que apenas tenho que ir lá (assembleia de freguesia) três ou quatro vezes por ano…”
- “Sou candidato à Câmara!”, ao que eu respondi: “ Mas estás a preencher a ficha de candidato à Assembleia de Freguesia!”. O candidato, surpreso, questionou-me: “Qual é a diferença?”
- “Qual a diferença entre o Executivo da Junta e a Assembleia de Freguesia?”
- “Ganha-se dinheiro na Assembleia de Freguesia?”
- “O que é o Executivo da Junta?”
- “Não! Não tenciono participar na campanha, tenho muitas coisas para fazer!”
Ainda que em alguns casos esteja a ser injusto, é preocupante o grau de desconhecimento e, mais ainda, a indiferença de muitos candidatos. Não sei se esta pequena amostra é minimamente representativa mas não podemos estar sempre a criticar aqueles que exercem cargos públicos e, depois, quando chega a nossa vez, somos menos exigentes com o nosso contributo do que quando avaliamos os outros.
A política e os políticos são o puro reflexo do que somos enquanto sociedade, nem mais nem menos. Se queremos mudar, temos que começar por nós e pelo nosso raio de acção, por muito pequeno ou limitado que este seja.